segunda-feira, 3 de fevereiro de 2014

Super heróis da vida real

Bom, estou de férias da residência mas, por incrível que pareça, não consigo deixar de pensar na minha atividade. Virou uma rotina tão intensa que por vezes me pego lembrando dos meus pacientes e de todo o trabalho que tive e o que ainda está por vir. Confesso que esse ano que se inicia me assusta um pouco, visto que tenho que dar conta de muita coisa e decidir minha vida em pouco tempo. 
Calma, não vou deixá-los ansiosos como eu estou, ou pelo menos vou tentar. Primeiro, deixando-os a par de que atividade é essa que faço, sou psicóloga residente. Atuo na área de concentração saúde renal de um hospital universitário. Minha escolha por essa área não veio do acaso, tenho motivos bem pessoais para querer ingressar no campo e conhecer o que é possível fazer pelos pacientes que sofrem de doença renal crônica. Lembro o quão desafiador foi me deparar com uma sala de hemodiálise, ver pessoas presas naquelas máquinas e conhecer a rotina de cada uma delas. Antes só ouvia falar bem pouco sobre a doença, tive um caso na família de alguém muito querido que veio a adquirir a enfermidade e, infelizmente veio a óbito. 
Desde então tive uma curiosidade peculiar em entender o que se passava, de onde vinha e porque progredia tão rapidamente. A pessoa que adquire doença renal crônica, dependendo do grau em que se encontre a doença, vivencia uma mudança dilacerante em sua vida. Isso porque tem que se adaptar a uma nova condição e não há um dia sequer que a lembrança da doença deixe de bater a sua porta. Os efeitos são visíveis, tanto os físicos quanto psicológicos. Daí a importância de um psicólogo para ajudar o paciente a "aceitar" o tratamento e seguí-lo conforme o esperado. 
No hospital, me deparo com crianças, adolescentes, adultos e idosos que se encontram na mesma situação. Super heróis da vida real. Alguns já estão seguindo a terapia há bastante tempo, outros acabaram de receber o diagnóstico, alguns estão a espera de um transplante, outros continuam resistentes às restrições alimentares e de outra ordem... enfim, os casos são os mais diversos. Identificar os recursos de enfrentamento que o paciente faz uso para lidar com a condição de adoecimento da melhor forma, faz parte do nosso papel como profissional de psicologia. 
Que prisão é essa, que destino é esse que sufoca os sonhos e planos de tantos deles? Que os obriga a seguir uma vida diferente, cheia de limitações e cuidados, que desafia a esperança, que surpreende a cada minuto. Uma doença que os torna reféns de si mesmos, bombas-relógio a espreita de qualquer oscilação no quadro clínico. Que afasta o homem de seu trabalho, o jovem da escola, o idoso de seu descanso, a criança do seu brincar para se submeter a dolorosas punções, três dias na semana durante quatro horas, muitos advindos de outros municípios. O que fazer para minimizar tamanho sofrimento/angústia.

Esse assunto me incomoda.

quarta-feira, 14 de agosto de 2013

Sobre o que não escrevia

Me bateu uma nostalgia quando entrei nessa página e olhei minhas postagens. Lembrei do meu antigo blog, onde eu escrevia tanto e hoje me pergunto se aquela menina que vos escrevia ainda existe aqui dentro. Digo aquela menina porque a sensibilidade sempre parecia ser fácil de se externar. E o emprego de menina deve-se à inocência típica dessa fase (ou ao menos esperada que se tenha). Dúvidas a parte, o certo é que hoje, infelizmente, vivo em um conflito interno constante, pois parece que não consigo mais ter acesso ao meu íntimo, ter reflexões profundas para compartilhar. Minha vida entrou em uma estabilidade que incomoda demais, sem muitas emoções, fatos e histórias formais. Meus dias são rotina, minhas horas são contabilizadas e meus momentos de lazer cada vez mais extintos. Passei na residência multiprofissional, sou psicóloga, namoro, tenho habilitação para dirigir automóveis, sou cobrada como nunca por todos os lados! Isso é responsabilidade pra caramba se comparada à última vez que estive por essas bandas. Não se se já posso me considerar uma mulher madura, pois ainda convivo com crises e sinais de descontrole emocional e agudo! Eu que sempre tive medo de mudanças, tive que me adaptar a tantas em um curto, ACREDITEM, curtíssimo espaço de tempo. Já engordei e agora estou voltando a emagrecer, o que significa a sanfona que é mesmo essa vida. O que o futuro me aguarda, espero pra ver. Não duvido de nada, ou desconfio de quase tudo. Nada é fácil, por mais que aparente ser. Aqui deixo um pequeno relato sobre o que não escrevia, ou não sabia que podia sentir.

quarta-feira, 21 de novembro de 2012

Toma conta de mim

Preciso ouvir a voz que vem do meu coração. Sei que minha tendência a ser mais introspectiva me ajuda a me conhecer um pouquinho mais, além de reconhecer minhas limitações, o que me faz ser como sou. Deus tem um plano para minha vida, sempre teve mesmo antes de eu vir a esse mundo. Não tenho que ser como fulano ou cicrano quer, nem me comportar a mercê do desejo alheio. Necessito de contato com meu Senhor pra que ele me ilumine, me conduza e me mostre quais seus propósitos para mim, qual a minha missão aqui na Terra. Nada acontece por acaso, o que faço com o que tenho e conquistei até hoje, meu pai? Tem que ter alguma explicação e preciso saber aproveitar o que foi me dado, o que o Senhor me concedeu. Meus presentes, meu presente, o que fazer? Eu tive que nascer, observar para poder compreender qual o meu papel. Mostra que caminho devo seguir. Tantos falam a teu respeito, mas poucos te conhecem. Posso perder tudo o que tenho, menos a fé no meu Deus, que é Deus de bondade, de misericórdia e compaixão. Faz-me simples, leve e sensível à tua presença na minha vida, no meu coração. Faz-me forte e que eu não desista. Guia-me...



Guia-me - Daniela Araújo

O que foi dessa vez?

Tanta coisa se passou desde a última vez que parei aqui para escrever... isso é bom e ruim. Bom porque é sinal de que ando cheia de atividades e ocupações em 24h e ruim porque tenho menos tempo para mim nessas 24h. Lógico que, como angustiada que sou e quem me conhece sabe, ando com meus pensamentos perambulando sempre. Se eu deixo, agora estou aqui e sem saber fui dar uma volta. Me envolvo em mim mesma, numa linha interminável, que me confunde e me cansa. É cansativo se esforçar sem chegar a lugar nenhum, acredite. Loucuras a parte, vou atualizar o meu blog querido acerca das novidades que de tanto estão mornas, mas faça de conta que acabaram de sair do forno. Fui demitida do estágio na consultoria, depois de um mês voltei pra lá (rsrs). Em face da minha formatura e conclusão da faculdade fiquei atônita por o que fazer próximo ano que fosse legal para me complementar... resolvi estudar para residência. Dediquei três meses conciliando com o meu estágio e voilà! Consegui ser aprovada para área de saúde renal. Enquanto isso, travei luta ferrenha com minha orientadora de monografia que acabara de entrar de licença maternidade. Agora tenho outra orientadora...Deus do céu, não é possível que essa defesa não saia porque olha... entrei na academia, saí da academia e já estou pensando em voltar. É, minha vida como qualquer outra é feita de ciclos que não necessariamente são amarradinhos. Isso! Infelizmente algumas coisas saem do nosso controle, não tem como. Apesar de gostar de tudo justificado, sempre existe falhas e deslocamentos laterais. Preciso aprender que meu texto de vida é incerto mesmo. Recentemente fui convidada para um baile do Espadim do meu namorado (aqueeeele... suspiros!). É, posso dizer que estou feliz. Algumas vezes choro, mas normal. Assisto Maria Mercedes no SBT pela milésima vez, a caminho de Usurpadora, essa já pela milésima primeira vez. Posso dizer que estou de boa, não sei até quando. Não pense que você, blog querido, foi relegado ao passado, pois como meu amigo confidente, sempre voltarei a te procurar e te preocupar. A vida é complexa demais para que eu a viva sozinha e de vez em quando é bom dar uma folga pra escuta do meu namorado (rsrs ele bem sabe disso); preciso transmitir o que quer que seja. Até mesmo um texto bobo como esse.

sábado, 18 de agosto de 2012

Disjunção exclusiva

Não sou uma pessoa muito fácil de lidar, devo concordar. Quero que as coisas caminhem de acordo com o meu jeito, espero que me tratem como procuro tratar o outro. Indiferença escorrendo me deixa maluca, levo a mãos de ferro meus relacionamentos. Sou carente, sou errante, sou aspirante a entrega. Profundo, difícil, e quem disse que quero superficialidade. Sou chata demais, legal demais, ou uma coisa ou outra. Pra mim só serve assim. Impaciência com descansos, com espera, deixa as coisas acontecerem, a poeira baixar. Gosto de fazer tempestade, acordar o que está adormecido, falar o que penso, ser ouvida e entendida escandalosamente. 
Ou não me suporta ou me tem amor.

sexta-feira, 13 de julho de 2012

Nunca foi tão cabível


Eu detesto esperar, mas a vida precisa de tempo pra acontecer, não é? Mas com o tempo ela também acaba. Enfim, sempre me resta esperar, mas não de braços cruzados. Esperarei enquanto vivo o que está ao alcance, decidi agora ser feliz com o presente, e sim, antes que perguntem, ser feliz é em parte uma escolha. (blog Pizza e Chocolate)